quarta-feira, dezembro 27, 2006

Al Berto Lunário


-Vou guardar as tuas mãos na paixão que tenho por ti,
mas não te posso revelar o meu nome, nem precisas de o saber.
Chama-me o que quiseres, dá-me um nome para que possamos amarmo-nos.
Aquele que tinha perdi-o no caminho até aqui.
Pertencia a outra paixão, e já a esqueci.
Dá-me tu um nome para eu poder ficar contigo...



Al Berto Lunário

quarta-feira, dezembro 06, 2006

Leva-me

Pega-me na mão e leva-me para a Lua, Marte, Plutão, tanto faz. Apenas tira-me daqui, seca-me as lágrimas, cola-me os sonhos e o coração, dá-me esperança e leva-me daqui. Tanto faz se de carro, avião, balão ou cavalo.

Leva-me e pronto.

Abre a porta do meu peito e entra. manda toda a gente embora, pega-me na alma ao colo e voa comigo para fora do mundo, da existência e fica comigo num lugar qualuqer meio incerto no qual nunca saberás o regreço para casa e que nos faça ficar para sempre lá, juntos, a apanhar estrelas como se apanham rosas, a contar histórias como se fossem beijos...


Mpalma
Foto daqui

segunda-feira, dezembro 04, 2006

Preciso...

Preciso de ti... preciso de te ver.

Preciso que sejas a minha realidade de novo.

Precisava que me agarrases a mão, que me deitasses no teu colo e me contasses a tua vida, a que podia ser a nossa, e que me fizesses ver que não posso, ou não devo, amar alguém para além de ti.

Sinto-te a fugir aos pouco do meu coração, sinto-te a desvanecer na minha memória como aqueles efeitos do PowerPoint e já nem me lembro de que sabor eram os teus beijos, se a caramelo se a tabaco ou os dois. Não quero viver os nossos sonhos com outra pessoas. Não quero.

E por favor não deixes!

Vem para ao pé de mim, bastam-me umas horas, uns segundos só para olhar para ti e ter a certeza que és tu e depois de ti mais nada. Mais ninguem! Quero-te de novo na minha pele, pois sem ti já não sei o que sou e o quero. Só tu me davas certezas, só o nosso amor e os nossos sonhos e tu me alimentavam de vida...

Preciso de ti, mais do que nunca. Preciso voltar a acreditar...

Mpalma

segunda-feira, novembro 27, 2006

sábado, novembro 25, 2006

5 minutos dá para muita coisa...


Bastaram meia duzia de palavras, um punhado de olhares e uns quantos toques na tua mão para tudo em mim começar a chamar por ti. Sim é loucura eu sei. Mas tudo em mim é louco e esta forma de que tenho de gostar de ti também ela é louca.
Já te tinha visto antes, já te tinha olhado antes mas aquela noite mudou-me, fez-me acreditar que no mundo existem mais homens que o meu ex-namorado e tu és um deles...
Apetecia-me que neste momento o meu mundo fosse o mesmo que o teu.
Sim, apetecia-me inundar a tua vida de sonhos e a minha de fantasia.
E o que é que aquela noite me fez?
Acho que bebi qualquer coisa que não devia...
Acho que estou a gostar de quem não devia...
Acho que isto é tudo muito estranho...
Acho que mal te conheço...

Amor há primeira visto? Talvez... Pelo menos esse é mais realista!

domingo, novembro 19, 2006

A ultima vez que te vi...


A última vez que te vi era sábado. Andavas de um lado para o outro sem parar como barata tonta, e eu há espera do teu olhar. Esperança de que qualquer coisa se resolvesse e me dissesses Sim.
Estúpida.
Como pude eu sonhar assim.
Virei te costas zangada comigo, contigo, com o mundo. Principalmente contigo, porque tanto me deste e agora te negas? Porque tanto me prometes-te e agora… Chorei. Minto. Berrei.


Mpalma
23/9/2006

segunda-feira, novembro 06, 2006

Abraça-me


Abraça-me antes de dizeres qualquer coisa. Qualquer que seja.
Não estragues este momento de paz. Não estragues este nosso momento que sei que apenas durará uns minutos.

Abraça-me e saberei que me amas apesar de tudo, apesar do que te possa dizer a seguir. Aperta-me com força, com tanta força que nos tornaremos um só. Com tamanha força que o teu perfume será o meu e não existirá mais o teu corpo e depois o meu, mas sim o nosso. Beija-me e diz-me tudo o que nunca me disseste. Como se fosse a ultima vez que nos víssemos, como se o mundo e tudo acabasse agora.
E diz-me… Diz-me mais uma vez. A ultima vez que me amas. Olha-me nos olhos e diz-me que já nada sentes, que já nada queres de mim. E sorri e chora depois. Quero ver-te hoje como nunca te vi. E quero que nada digas, que apenas sintas como eu sinto. Que me leias a alma. Que esqueças tudo e apagues todas as pessoas antes de mim e depois de mim também.

E deixa-me dizer-te amor, que apesar de tudo acabar um dia, serás sempre o meu tudo e o meu nada. E o meu amor também.


Mpalma
27/10/2006

quarta-feira, novembro 01, 2006

Foi preciso...

Talvez tenha sido mesmo cega por não ter visto que não valia a pena. Talvez...
Mas talvez pela primeira vez tenha lutado por alguma coisa. Talvez...
Nem sei já o que é bom ou mau. Perdi a noção do mundo, do ser, do sentir.
Apaguei. Desliguei.
Fiz como tu.
Virei a página e hoje já não és a personagem principal na novela que é a minha vida. Nem tens direito a papel secundário. Hoje és mero figurante...
dói dizer, mas dói muito mais sentir.
No final, quebramos os dois...
E foi preciso matar-me mil vezes para continuar a amar-te.


27/10/2006

sexta-feira, outubro 27, 2006

Agarrei a Lua


Agarrei a Lua com as duas mãos, como tu me ensinas-te. E guardei-a num lugar onde ninguem nunca saberá, nem mesmo tu. Muito menos tu.
E cantei-lhe baixinho para a embalar, sentia saudades das estrelas assim como eu sinto tuas. E enquanto lhe cantava lembrei-me de nós. De quando tu me cantavas ao ouvido e eu gostava.
Mas a Lua não é como tu, passou a amar-me todos os dias e nem das estrelas já sentia a falta. Tu não... tu não me amas e eu já não quero sentir saudades tuas.
E hoje é a Lua que me embala a mim, todas as noites me canta ao ouvido e me diz que já não vive sem mim. E é das estrelas que hoje tenho saudades e não de ti.
De ti não sei. Já não sei o que quero. Tu obrigaste-me a não te querer. E já não te quero.
Mas nem a Lua vive sem as estrelas. E eu sei que ela ainda lhes sente a falta apesar de me amar. E vai sentir sempre, para sempre. E eu também tuas... Para sempre!


Foto retirada daqui

segunda-feira, outubro 23, 2006

Odeio


Odeio-te. Odeio-te. Odeio amar-te assim!

"Odeio-te porque te foste embora. Odeio-te porque ainda sinto a tua falta. Odeio-te porque todos os dias tenho saudades tuas. Odeio pela pessoa que és. Odeio-te pela pessoa que era quando estava contigo. Odeio-te por me teres tornado uma pessoa diferente. Odeio-te por teres quebrado as minhas forças. Odeio-te por me teres mostrado as minhas fraquezas. Odeio-te por te ter que agradecer por isso. Odeio-te por me fazeres sorrir com vontade. Odeio-te por me teres feito ver que chorar não é uma vergonha. Odeio-te por teres um sorriso que ilumina o mundo que te rodeia. Odeio-te porque esse sorriso me enchia de alegria. Odeio-te porque fazias questão de te rires mesmo nas conversas sérias. Odeio-te pela tua alegria de viver. Odeio-te pela tua força. Odeio-te porque sabias sempre o que dizer. Odeio-te porque quase sempre tinhas razão. Odeio-te por me fazeres dar o braço a torcer. Odeio-te porque acordavas sempre bem disposto. Odeio-te porque nunca desistias. Odeio-te porque o teu abraço era um mundo que não queria abandonar. Odeio-te porque me fazias feliz. Odeio-te porque a tua ausência é tão forte como a tua presença. Mas que raio?!... Não era mais simples não te amar?!..."

terça-feira, outubro 17, 2006

A nossa história

O restaurante cheio de amigos. A menina dos anos de um lado para o outro e eu atrás dela. Vestias uma blusa creme com umas calças de ganga, cabelo coberto de gel sempre espetado e esses teus olhos que sorriam para toda a gente. Pouco falamos ou quase nada durante o jantar. Falas-te mais com a C. e eu, eu vi-te com "olhos de ver", que é o que a minha mãe diz quando começamos realmente a ver as coisas como elas são.
Naquela altura eras apenas um conhecido, mas aquela
noite ia mudar a minha vida...
Saimos do jantar para irmos até ao bar. Foste o caminho inteiro fazendo palhaçadas e a rir, e tu tens um sorriso tão lindo... Encontras-te um daqueles senhores marroquinos e nem sei bem como conseguis-te ficar com duas flores que vendes-te a um taxista qualquer que conhecias e a outra deste á menina dos anos. Não sei que iman tens, mas conquistas toda a gente, essa tua forma de estar fascina tudo e todos e naquela noite fascinou-me a mim...
Chegamos ao bar, sentamo-nos, bebemos qualquer coisa, na altura pouco bebias e eu também. Começamos a conversar, eu, tu e o J. rimos muito, le
mbro-me de me sentir feliz. Não sei que voltas o mundo deu mas acabamos sentado ao lado um do outro, o J. desapareceu e os outros andavam não sei onde. Eu tinha uma saia preta lembras-te? Um pouco acima do joelho, umas botas de cano alto pretas, uma blusa de licra vermelha e um casaco preto... Durante a conversa ficamos colados um ao outro, a tua mãe pousada no meu joelho e eu com medo de te olhar nos olhos e me lesses a alma.
Levaste-me a casa e para mim a noite começou quando saimos do bar. Iamos os três, eu, tu e o J. a tremer de frio por todos os lados. Fomos de mãos dadas lembras-te? Não sei porque, não sei como. Sei que demos as mãos e fomos... Mo
strei-te onde morava e ficamos um pouco a conversar na porta, os três, na altura ainda o J. não estava a fingir estar ao telefone só para nos deixar sozinhos e eu ainda não sabia que beijavas tão bem.
Naquela noite as coisas aconteceram como por mag
ia... Simplesmente aconteciam e nós deixavamos, nós queriamos. Quando nos despedimos, nem encontro palavras, quando nos despedimos e os nossos olhares se cruzaram, as nossas bocas acabaram coladas, não foste tu, não fui eu, fomos nós.
Foi o melhor beijo, foi aquele beijo especial que recebes uma duas vezes na tua vida. Não sei quanto tempo durou, mas sei que foi muito. Tu tremias muito e agarravas-me a cara com uma mão e a anca com outra. Não falamos. apenas nos beijamos durante muito tempo. Lembro-me de nos rirmos da conversa do J. de a minha argola cair e de a apanhares e de nos beijarmos de novo. O mundo desapareceu e era só ali naquela hora o nosso beijo que importava. Foi tudo perfeito. Mágico e perfeiro seriam as palavras corre
ctas.
Não falamos do assunto, ficamos sem saber o que fazer depois, disseste-me "Adeus" e eu retribui, subi as escadas de casa com a cabeça nas nuves e o coração aos saltos.
Ainda te lembras daquela noite? Eu lembro-me como se fosse hoje...
Foi a partir dessa noite que me entras-te no coração, no corpo e na alma. Te ocupas-te de todo o meu ser e foste crescendo dentro de mim. Mas tudo continuou perfeito, as tuas alcunhas pra mim, as mãos dadas debaixo da messa, os beijinhos ao canto da boca, os olhares que se cruzavam! E lembras-te do filmes? Daquele filme
onde a Pat nos filmou e disse que ali tava eu com o homem da minha vida? E tu és o homem da minha vida... Desde aquela noite que és e eu só descobri depois quando te perdi...
E este ano vou estar sem ti, vou estar sem o teu beij
o e doi relembrar e saber que tudo acabou e que não posso mais inventar uma desculpa para vires ter comigo ao café se nem perto de mim já estás. Já não vou poder olhar-te nos olhos e não ter medo que me leias a alma se me conheces tão bem.... E sinto-te a falta todos os dias, como no dia em que chegei a casa depois daquele beijo e percebi que a nossa hitória tinha começado ali e me arependi de nunca ter olhado para trás, correr para ti e dizer-te naquele momento que tudo o que queria era ficar assim pra sempre. Porque o teu beijo disse-me mais que qualquer palavra alguma vez possa dizer...

E passado três anos, ainda te amo, assim como por mágia...

sábado, outubro 14, 2006

Fragil


Tens o poder de abalar todo o meu mundo como um furação.
Instalas-te no meu coração e lá ficas a rodopiar, a rodopiar...

E sinto-me fragil.
Sem ti sinto-me fragil...
Desarmas-me como ninguem e eu deixo, eu quero, mas não quero.
E vais embora com tudo devastado sem te preocupares com os estragos.
E sinto-me fragil aqui... sozinha sem ti.

Doi. Faz doer.

Talvez hoje tenha percebido. Talvez hoje por breves minutos tenha entendido.
Mas quem sabe? Nunca ninguem sabe... Nem tu e muito menos eu.
Mas senta-te. Senta-te ao pé de mim e deixa-me contar-te a verdade. Deixa-me dizer-te todos os erros que cometemos. Fica quieto e ouve. Hoje és apenas espectador da minha vida, já não tens o papel principal nem muito menos secundário. E a verdade doi. A verdade doi muito e nem sei como te dizer que talvez nem saiba como te esquecer. Que apesar de tudo apesar de tudo... Não sei!
E se deixarmos ficar tudo como está? E se tu nunca me soltares e eu nunca te perder? Será que um dia tudo será diferente e te poderei ter nos meus braços novamente?
Não, nunca mais...
E a verdade é que a realidade, a realidade faz doer...!

... ou final feliz?


A mão que tu me deste nunca a cheguei a segurar.
As promessas que me fizes-te nunca as cheguei a sentir.
E esse teu regresso que me faz tremer, essa tua vontade de te fazer sentir-me a tua falta, dá cabo de mim.
Esta paixão que ainda guardo, esta doce certeza que te amo do fundo do meu ser, esta vontade de te ter mais que tudo no mundo dá cada vez mais cabo de mim.
Mas já não sonho, já não acredido e já nem sequer espero. Sentei-me no degrau da tua casa e se vieres ter comigo vou contar-te a nossa história de amor e transformar as reticências que deixas-te num final feliz, onde tu e eu somos os actores principais.

quarta-feira, outubro 11, 2006

Sonhei contigo esta noite.

Já tinha saudades confesso… A alguns meses que não sonhava, principalmente contigo. Acho que a minha mente desligou no dia em que me pediste para te dar um tempo e voas-te para o outro lado do mundo há procura de respostas.
No sonho tudo era perfeito. Como antes… Não havia pedidos de tempos nem duvidas parvas que teimavam em confundir-nos a alma.

No sonho ainda me abraçavas e beijavas o pescoço quando eu menos esperava e quando eu mais queria…. No sonho ainda me chamavas linda e dizias que eu era tudo, ainda me dizias que querias ficar comigo e que mais ninguém importava, dizias que gostavas de mim e que só pensavas em mim. Fazias-me sentir segura e confiante…

Mas afinal, tudo não passou de um sonho não é? E tu não me podias deixar continuar sonhar? Tinhas logo de ir para o outro lado do mundo e inventar uma desculpa esfarrapada para ires embora, para me expulsares da tua vida, para me magoares…? Dói cá dentro quando penso em nós, mas dói muito mais saber que tudo podia ter sido diferente, se tu não fosses um puto mimado que quer ter tudo ao mesmo tempo e que tem medo do futuro, que se recusa a fazer opções e no fundo no fundo, nem sabe o que quer.

Tudo tinha sido diferente se não me tivesses prometido tanta coisa, prometido que não me ias magoar nunca, que não me desiludirias, que sempre havias de gostar de mim, que quando menos esperasse me surpreenderias. Na verdade é que surpreendes-te e tudo o resto prometeste e não cumpriste. E deixas-me agora na incerteza. Será que vais mesmo cumprir as tuas promessas, não hoje, nem amanhã, mas quem sabe um dia? Ou foram apenas promessas que nunca pensaste cumprir e que à partida não irias cumprir?

Ainda te sinto a andar pela casa, as coisas que deixas-te no fundo do armário como que a inventares um r
egresso, que ambos sabes que não vai haver, a tua pasta de dentes na casa de banho e o frasco de perfume quase vazio no teu lado da cama. Ainda te sinto de noite ao meu lado, o teu cheiro e a forma como o teu peito descia e subia com a respiração. Agora está apenas um vazio, que as almofadas preenchem para que não me sinta sozinha e acredite por breves instantes que ainda ali dormes ao meu lado e que nada mudou, que aquele sonho bom que sonhei é a realidade, e a minha vida e a tua partida apenas o sonho.

Mas ainda sonho, ainda sonho contigo, ainda sonho com os nossos momentos passados e os talvez futuros. Ainda sonho com os teus abraços, os teus beijos, o teu toque, as tuas brincadeiras, as tuas palavras, os teus olhares... Ainda sonho a todo o instante, acordada ou a dormir. E em cada lugar que me lembra de nós as borboletas ainda esvoaçam, ainda as sinto, cada vez que penso em ti, cada vez que te vejo, cada vez que te recordo na esperança que não passes a ser recordação para sempre, e porque as borboletas não mentem e porque pior do que não ver é ver e não ter, mas pior é não poder sentir…

É como se o meu mundo andasse sempre á tua volta. Toda a minha vida começou contigo e há-de acabar c
ontigo, ou não seria uma vida, seria um conjunto de acontecimentos, uma forma de sobreviver a esta tua ausência. Sim realmente tudo começou contigo e no dia que te encontrei no meio da multidão e me apaixonei por esse teu ar de miúdo intelectual. O problema é que te amei demais, te dei demais e tu deixaste, e hoje estou aqui deitada nesta cama vazia a pensar onde andarás tu e se estarás a perder-te no corpo de uma Maria ou Catarina qualquer na ânsia de matares a sede que tens de viver.

Será que a sede que tens de viver te chega? A sede de aproveitar tudo e viver a vida. Será que isso te chega e satisfaz? Ou não? Será que é isso que queres ou não sabes? Eu sei infelizmente há quem não saiba. Sei aquilo que sou, aquilo que quero, aquilo que não quero, ao contrário de ti. Só não sei porque é que aquilo que quero não é aquilo que tenho e será que vou voltar a ter? Pena eu ser tudo mas não ser aquilo que queres, pelo menos é o que parece.

E vou bebendo as lágrimas que caem dos meus olhos, vou (sobre)vivendo neste mundo de loucos, vou reinventando uma vida sem ti e vou sofrendo com a tua ausência, ansiando pelo dia em que a nossa história se resolva, em que tu deixas de ser esse miúdo mimado e eu pare de sonhar contigo e perceba que a realidade é que tu fugiste para lugar incerto e talvez nem por um bocadinho penses em mim e meu me canse de esperar e aprenda a ser feliz, de novo, sem ti.




Mafalda e Helena
11/10/2006

Fotos de DevianArt

segunda-feira, outubro 09, 2006

Pra ti...


É incrivél como certas pessoas tem a capacidade de fazer o tempo correr. Como é possivél conversar sobre tudo e sobre nada durante horas e mesmo assim muita coisa ficar por dizer. É bom relembrar momentos no passado onde fomos felizes, onde tudo foi mágico e ver que apesar da mágia ser diferente e de nos termos tornado pessoas diferentes, nada, ou quase nada, mudou.
Que tu continuas o mesmo puto de sempre e eu a mesma de sempre. Que continuamos a poder conversar horas e horas sem ligar ao ponteiro do relógio que anuncia a hora do teu autocarro. É incrivél como são muitas mais as coisas que nos unem que as que nos separam.
Estar contigo hoje foi assim.. ESPECIAL, cada conversa, cada sorriso, cada lembrança de uma amizade que não acaba porque nunca pode acabar. E estar contigo é sempre descobrir qualquer coisa nova, saber das tuas aventuras, observar as tuas mudanças físicas e mentais. É descobrir que neste mundo ainda há pessoas como tu que nos fazem rir e felizes simplesmente por existirem.

Pra ti aquele beijinho especial, aquele abraço apertado e aquele obrigado por seres quem és, sempre.

domingo, outubro 08, 2006

Inventar


4 da manhã. Um calor imenso. Um céu cheio de estrelas e uma lua do tamanho do mundo, redonda, cheia.
Não se ouvia nada. Nem carros, nem pássaros, nem pessoas, nem música. Absolutamente nada.
As ruas estavam desertas. Parecia que o mundo tinha parado e ninguém a tinha avisado. Andou, andou, andou... Sentou-se naquele banco perto do jardim e ficou ali a ver se alguém passava. Mas nada.. nem alma.
Adormeceu.
Acordou com o barulho ensudecedor de carros, pássaros, cães que ladravam, passos apresandos de pessoas, conversas paralelas. Abriu os olhos e sentou-se na esperança de alguém a ver, de alguém lhe falar.
Todos continuaram na sua vida, ninguem lhe falou, ninguem lhe olhou. Tentou por-se no meio da rua a ver se algum carro parava. Insólito! Os carros fitavam-na, passavam-lhe ao lado, as pessoas desviavam-se do seu caminho.
Não tinha ninguem com quem falar nem sitio onde se abrigar. Não tinha nada, apenas a solidão enraizada no seu coração, na pele, no cheiro na alma!
Voltou para casa. Inventou uma vida, um grupo de amigos, um sorriso, uma voz e tentou ser alguém. Inventou uma história, um namorado...
Nada resultou... Continuava a ser ignorada, a ser fitada pelas pessoas. E por isso todos os dias que acordava inventava uma pessoa diferente, um riso diferente, um namorado diferente. Inventava tudo menos amigos diferentes, porque nunca os tinha tido, não sabia como deveriam ser.
E inventado tudo, curiosamente tudo foi mais facil...




Foto daqui

sexta-feira, outubro 06, 2006

Odeio-te



“O ódio é o irmão gémeo do amor, por isso te odeio tantas vezes.
Odeio a forma como me olhas quando estás triste.
Odeio o facto de pensares que me conheces e ainda mais quando demonstras que realmente sabes como sou.
Odeio o teu sorriso quando me chamas miúda.
Odeio não saber o que sentes.
Odeio-te por me ser quase impossível falar a sério contigo.
Odeio-te por não estares lá sempre que preciso (tanto quanto te adoro por me aturares as restantes vezes).
Odeio o teu corte de cabelo desalinhado.
Odeio quando tenho saudades tuas.
Odeio-te quando não me respondes ás mensagens.
Odeio-te quando és infantil e imaturo

Odeio-te assim,

tanto quanto te amo,

por tudo e por nada, e por qualquer coisa também.

(...) “


Não sei o autor do texto nem da foto

terça-feira, outubro 03, 2006

Conta-me hisórias



Abre a porta do meu quarto
Entra de mansinho...
Senta-te na ponta da minha cama
E conta-me histórias
Em voz baixa
Conta-me aquela história linda que me contas-te uma vez
Em voz baixinha


Foto tirada da net

segunda-feira, outubro 02, 2006

Estou a aprender a ser feliz...!


Espero-te neste banco de jardim sem pressas porque sei que virás. Já não te persigo pelas ruas nem te procuro em todas as portas. Já não te grito porque estou rouca e já não choro porque se secaram todas as lágrimas.
Não sei ondes estás nem de que matérias és feito. Não sei a tua idade e muito menos o teu nome. Não te conheço, mas sei que virás. Não te quero imaginar nem inventar, serás aquilo que a realidade me dás e eu vou aceitar. Vou agarrar a oportunidade e sorrir.
Cansei-me da busca incasavél por ti, da jornada e da luta que tanto travei. Cansei-me da solidão e da tristeza, quero ser feliz!
Feliz!!
Agora espero por ti neste banco de pedra cinzenta. Umas vezes sento-me para ver se te vejo chegar, outras fecho os olhos como no jogo do Esconda a ver se te sinto chegar de mansinho.
Sei que virás estejas tu onde estiveres, sei que me encontrarás e que cruzaras o meu caminho. Por isso espero-te aqui neste banco de pedra cinza. Já não conto os dias nem as horas e tudo me parece mais sereno e calmo. Já não tenho a angustia no peito e a dor continua no coração...
Estou a aprender a ser feliz... outra vez!



Foto daqui

quarta-feira, setembro 27, 2006

sábado, setembro 23, 2006

O suficiente


- Não gostavas que tudo tivesse sido diferente?

- Gostava...

- Muito ou pouco?

- O suficiênte para poder correr atrás do tempo e dizer-lhe que Sim na hora certa, no momento exacto.

- Não percebi...

- Gostava de poder voltar no tempo. De lhe dizer tudo o que não disse, tudo o devia ter dito. De lhe ter dado todos os beijos que não pude dar e de o abraçar... Sim de o abraçar. De lhe olhar para os olhos e lhe dizer que eramos fortes, que eramos maiores que a duvida. De lhe dizer para ele nunca, nunca me deixar.
Gostava de poder voltar no tempo, para lhe mostrar tudo aquilo que agora sei melhor que nunca. Mais que antes. Que ele é aquele sabes?... Aquele que é e será para sempre.

- Pois...


Foto daqui

sexta-feira, setembro 22, 2006

Espelhos



Espelhos.
Espelhos da alma.
Do que fomos.
Do que somos.
Do que queriamos ser.
Espelhos mágicos. Encantados, ilusórios.
Espelhos meus.



Foto tirada da net

domingo, setembro 17, 2006

Será que sabes ler o meu olhar?


Olha.
Vês nos meus olhos?
Consegues ler?
Consegues ver tudo o que eles têm para te dizer?
Consegues ouvi-los a implorar pelo teu corpo?
Consegues sentir a força desta paixão?
Vês o nosso beijo? Vês...?
Vês a nossa felicidade? Vês?
Lê! Lê-me a alma!
Lê! Lê o que tenho tatuado no corpo!
Sente! Sente o teu cheiro ainda na minha pele!
Sente! Sente o meu toque, as minhas mãos, o meu peito nas tuas costas!
Ouve! Ouve o meu coração, ele chama por ti!
Ouve! Ouve a tristeza da minha alma!
Olha nos meus olhos e diz-me aquilo que não consegues...
Diz-me que não e eu acredito! Diz-me que nada sentes e eu desisto!
Diz-me! Diz-me tudo o que nunca disses-te, o que nunca foste capaz!
Conta-me histórias. Conta-me a verdade. Conta-me tudo...
Chora comigo... Nunca te vi chorar!
Vive! Vem viver ao meu lado.
Vêm... Vamos ser felizes.
Tu sabes que é possivél...
Vêm... Vamos começar do zero... Vêm...
Olha nos meus olhos e vêm...!
Será que sabes ler o meu olhar?

Eu e o novo Eu






de um novo eu...



Sim, quero começar de novo, conquistar novas pessoas e reconquistar aquelas que perdi. Mas só aquelas que mereçem.
Sim, quero começar a viver, quero deixar de sonhar com a realidade ilusória.
Amanhã quando acordar já não serei eu que escreve, serei o Eu que vive.

terça-feira, agosto 22, 2006

Esquecer-te era...


Esquecer-te era tornar a minha vida num vazio sem sentido.
Quero que me contes tudo.
Quero que me digas com quem falas, que filmes tens visto, a que praias tens ido.

Quero que partilhes toda a tua vida comigo.
Só dispenso que me contes que me substituiste.

Não seria capaz de viver sem ti, independentemente do que tu queiras e digas


Pedro Almodovar, A Lei do Desejo
Foto tirada d net

domingo, agosto 20, 2006

Saudades


Sonhei contigo...
Conosco.
Sonhei com a felicidade...
A nossa.

Sonhei...
Não passou de um sonho.
Acordei...

Com saudades tuas, nossas, minhas.

sábado, agosto 19, 2006

Cedo de mais

Assim que entrei vi-te logo. Estavas de costas mas o meu olhar parou em ti. Eras um pouco mais baixo que eu e tinhas cabelos loiros. Não te vi logo a face, mas senti-te o cheiro a tabaco e um perfume que não reconheci.
Quanto te
viraste e olhas-te para mim ao entrar, percebi, percebi eras tu. E logo eu que não acredito em amor há primeira vista, logo eu… Mas naquele instante soube que eras tu o homem da minha vida, “o tal”. Sorris-te e eu retribuo, falamos através do olhar, disse-te o meu nome em silêncio e tu disseste-me o teu. Bebias uma cola com sangria e imaginei como seria o sabor da tua boca, o cheiro da tua respiração no meu ouvido.
Estremeci. Tu também.
Fui para a pista e dancei só para ti. Tu sorrias-me com o olhar, observavas-me de longe e conseguia sentir o teu olhar a percorrer o meu corpo de alto a baixo. Quando parei e me encostei ao bar, senti-te vir, ouvi os teus passos. Ficas-te mesmo ao meu lado no bar, roças-te o teu braço no meu num gesto pensado mentalmente e senti a tua pele quente na minha que transpirava não sei se de calor se de emoção. Nada disses-te.
Olhei-te nos olhos e eram um verde, um verde com azul que eu nunca tinha
visto.
Eram lindos os teus olhos…
Amei-te desde o primeiro instante, aprendi a amar-te e tu começas-te a viver dentro de mim e partilhamos o mesmo coração durante toda aquela noite. E naquela noite tu eras o meu Romeu e eu a tua Julieta, tu o príncipe encantado e eu a Cinderella. E não havia mais ninguém para além de nós naquele bar, não havia música, só os teus olhos, não havia amigos só, o teu cheiro.
Mas acabou tudo antes de começar… alguém entrou a dizer que havia fogo e saiu tudo a correr e eu perdi-me de ti, do teu olhar e deixei de sentir o teu cheiro. Perdi-te antes de te encontrar. E tu eu sei que eras, sim tu eras “o tal”, tu era o homem da minha vida.
Conheci-te cedo demais… Perdi-te cedo demais…
E hoje imagino, reinvento-te e crio na minha cabeça como tudo poderia ter sido… E hoje sei que te amei naquela noite como nunca amei. É como naquela música do José Cid:
“É triste viver de ilusões,
mas tu foste a mais linda historia de amor
que um dia me aconteceu…”.
E volto vezes sem conta àquele bar na esperança de te encontrar, sempre em vão porque nunca te encontro. Logo tu, que eu amei tanto… E muitos me consideram louca, insana… Mas quem sabe talvez um dia, um dia nos encontraremos de novo naquele bar. E sim fui louca! É como na música:
“Fui louco, não sei, talvez
Mas por pouco, por muito pouco eu voltaria a ser louco
Amar-te-ia outra vez"





19/8/2006
Fotos daqui

Baratinhas tontas


Ás vezes acredito que o mundo não gira, mas sim as nossas vidas. Que o mundo não é redondo mas um bruto de um quadrado onde andamos todos às voltas. Sim, recrio-nos, a nos ser humanos, como baratinhas tontas, desnorteadas, há procura de coisas diferentes mais iguais. Sim, podemos comparar a nossa vida a um quadrado, a um bruto de um quadrado, onde andamos às voltas, com as antenas ligadas, desnorteados todos com a busca daquilo que pensamos querer e depois não queremos, com aquilo que julgamos querer e que depois já não queremos. Sim, posso mesmo resumir a nossa simples vida há metáfora de baratinhas tontas dentro de um quadrado. Corremos quatro cantos sempre há procura de qualquer coisa, percorrendo-os todos, como peregrinos há procura da capela certa para orar.
No final, se é que existe um final, metade de nós, digo, das baratinhas, deixam de ser tontas e acomodam-se, aprende a viver com as outras baratinhas e fingem ser felizes naquele mundo quadrado que funciona como um jogo no qual metade morre e metade morre mais tarde.
Ok, ainda há uma parcela, ínfima, de baratinhas que tentam fugir do mundo quadrado e acabam rotuladas e “baratinhas desnorteadas e malucas” e depois é ouvir falar delas nos pequeninos hospitais para “baratinhas desnorteadas e malucas” construídos há medida para as mesmas.




16/8/2006
Foto tirada da net

quinta-feira, agosto 17, 2006

Ornatos Violeta - Ouvi dizer

Ouvi dizer
Que o nosso amor acabou
Pois eu nao tive a nocao do seu fim.
Pelo que eu ja tentei
Eu nao vou ve-lo em mim
Se eu nao tive a nocao de ver nascer o homem.

E ao que eu vejo
Tudo foi para ti
Uma estupida cancao que só eu ouvi
E eu fiquei com tanto para dar
E agora nao vais achar nada bem
Que eu pague a conta em raiva

E pudesse eu pagar de outra forma
E pudesse eu pagar de outra forma
E pudesse eu pagar de outra forma

Ouvi dizer
Que o mundo acaba amanha
E eu tinha tantos planos p'ra depois
Fui eu quem virou as paginas
Na pressa de chegar até nós
Sem tirar das palavras seu cruel sentido.

Sobre a razao estar cega
Resta-me apenas uma razao
Um dia vais ser tu
E um homem como tu
Como eu nao fui
Um dia vou-te ouvir dizer

E pudesse eu pagar de outra forma
E pudesse eu pagar de outra forma
E pudesse eu pagar de outra forma

Sei que um dia vais dizer

E pudesse eu pagar de outra forma
E pudesse eu pagar de outra forma
E pudesse eu pagar de outra forma

A cidade esta deserta
E alguém escreveu o teu nome em toda a parte
Nas casas, nos carros,
Nas pontes, nas ruas...
Em todo o lado essa palavra repetida ao expoente da loucura
Ora amarga,ora doce
Para nos lembrar que o amor é uma doenca
Quando nele julgamos ver a nossa cura

quarta-feira, agosto 16, 2006

Apetece-me


Hoje…
Hoje apetece-me reinventar-te… Criar-te como eu quero que sejas.
Hoje apetece-me deixar de ser eu… Voar, voar.
Hoje apetece-me esquecer tudo… Levitar!
Hoje apetece-me pintar… Tudo o que ouço há minha volta.
Hoje apetece-me reescrever tudo… O que ainda não escrevi.
Hoje apetece-me brincar com a lua… Dançar com o vento, rir com a chuva.
Hoje apetece-me ser homem… Matar o desejo!
Hoje apetece-me dançar… Ao som dos teus passos.
Hoje apetece-me fugir… Do mundo e de ti.
Hoje apetece-me ser cega, surda e muda… Só sentir, o toque, o cheiro.
Hoje apetece-me rasgar… A tua roupa, aquela que te dei.
Hoje apetece-me comer, beber… Beber-te, comer-te!
Hoje apetece-me não existir… Desaparecer.
Hoje apetece-me tudo… Nada.
Hoje apetece-me ler… A tua alma, o teu interior.
Hoje apetece-me sentir… As penas do meu endredom.
Hoje apetece-me dormir… Sobre tudo, sobre todos, nas nuvens.
Hoje apetece-me ser alguém… Ou ninguém!
Hoje apetece-me contrariar… O universo, as leis cósmicas, Deus.
Hoje apetece-me assim… esta forma de apetecer!




16/8/2006

terça-feira, agosto 15, 2006



- É estranho não é?

- O quê?

- Como, por vezes, quando o pior acontece, não enlouquecemos, apenas desligamos...


( Josie Lloyd and Emlyn Rees, in Novamente Juntos )

segunda-feira, agosto 07, 2006

Goodbye my love...



Fumo cigarro atrás de cigarro, na esperança vã que o fumo leve tudo o que não quero sentir. Olho para o mar e imagino-te aqui, sentado comigo na areia fria desta praia quase deserta. Tenho-te na minha cabeça como se fosse impossível tirar-te de lá.
Penso em tudo, nos meus supostos amigos que perdi quando desci para a praia.
Mas, não os terei perdido antes?
Penso em ti... sinto-te a falta, desejo-te entre as lágrimas que caem dos meus olhos.Perdi tudo. Os sonhos, a ti, os amigos.
Não tenho nada...
Esta praia parece-me pequena sem ti, tu que me fizeste acreditar e sonhar. Fechei o meu coração para tudo e todos, só te guardei a ti a pensar que um dia voltarias e tudo o que sinto seria esquecido.
Por ti esqueceria tudo, morreria!
A Lua faz-me companhia e diz-me que talvez haja tempo e lugar para nós. Não acredito. Já te perdi vezes demais, já perdi tudo vezes demais.
E hoje sei, que eu tinha razão e a Lua não.
Quando se perde tudo, não há nem tempo nem lugar para nós...

4/8/2006


I am a dreamer but when I wake,
You can't break my spirit - it's my dreams you take.
And as you move on, remember me,
Remember us and all we used to be
I've seen you cry, I've seen you smile.
I've watched you sleeping for a while.
I'd be the father of your child.
I'd spend a lifetime with you.
I know your fears and you know mine.
We've had our doubts but now we're fine,
And I love you, I swear that's true.
I cannot live without you.

Goodbye my lover.
Goodbye my friend.
You have been the one.
You have been the one for me.
I'm so hollow, baby, I'm so hollow.
I'm so, I'm so, I'm so hollow.

Goodbye My Lover
James Blunt

sexta-feira, julho 28, 2006

Mar de emoções


Assim que chegou enterrou os pés na areia. Fechou os olhos e sentiu a brisa a bater-lhe na cara. Cheirou aquele cheiro a mar que tanto adorava e foi em direcção à beira-mar.
Estava maré baixa e a praia deserta, comparou a praia há sua vida: deserta. Desde que ele se tinha ido embora tudo ficou deserto, todos os sentimentos se perderam num turbilhão, todos os momentos se perderam num vendaval e tudo o que ficou dito desapareceu, só restou a dor e a vontade de mudar tudo, construir uma máquina do tempo e voltar atrás.
Recordou os seus olhos... Lindos! O cheiro do cabelo, o encaracolado, as mãos... Recordou cada poro da pele dele, cada cheiro que ele tinha, lembrou-se de todas as expressões dele, principalmente do sorriso.
Recordou todas as promessas, todos os planos, todos os momentos daquele amor maior que o mar...

Chorou.

Durante muito tempo ficou ali imóvel, sem saber o que fazer, sentindo uma mão cheia de sentimentos, ora felizes, ora tristes. Sentia tanto a falta daquele ser que lhe encheu os dias durante tanto tempo, tinha saudades de ser amada como só ele sabia ama-la, tinha vontade de o abraçar, de lhe ver os olhos e beijar a boca. Saudades de lhe sentir o cheiro do cabelo quando lhe dava beijinhos no pescoço, dos abraços fortes onde lhe pedia em silêncio que nunca a deixa-se.
Sem saber o que fazia, ou talvez com a maior da lucidez foi de encontro ao mar. Estava frio, não havia muitas ondas, apenas uma ondulação. Encheu-se de água até aos tornozelos, depois aos joelhos, cintura, peito até que ficou submersa, a sentir-me rodeada por todos os lados, por todos os orifícios do seu corpo. Tremia de frio, começou a chover. O céu ficou cinzento e as nuvens uniram-se como que para ver o espectáculo.
Debaixo de mar, fechou os olhos. Imaginou-o uma última vez, o ultimo beijo e beijou o mar como se fosse ele. Entregou-lhe o corpo e a alma, num gesto de desespero. Já não sentia frio, e as gotas da chuva já nem as sentia. Lentamente sentiu-se levar... A ultima coisa que viu foi o seu rosto, antes de adormecer, de se entregar...

... Sorriu


Foto: Anacanela