quarta-feira, novembro 05, 2008

The Promise

Já tanto te disse que já não te sei dizer aquilo que tanto já te disse. Tudo aquilo que se perdeu em frases ditas, nas entrelinhas de algo que parece que nunca aconteceu. Ocorre-me tudo o que te poderia dizer numa só frase e não consigo, seria de mais, seria de menos, seria impossivel.
A tua ausência preenche-me os dias, perdidos, imerguidos em algo que já fomos, em tudo aquilo que já dissemos em todos os gestos que se perderam, nas palavras silênciadas, na dor que nos consome. Nos passos que já demos. Queria conseguir fugir de ti. Apagar todo o sofrimento que me causas-te para que pude-se continuar. Para quê? Para fingir que já não te amo, que já não te sinto a falta. Para acreditar nas minhas próprias mentiras e me esquecer de ti e de mim.
As palavras já não têm o mesmo significado, tudo mudou. Perdesde a capacidade de amar e eu a de esperar por ti, nas noites frias e quentes, nos teus gestos perdidos e olhos fundos. Já nada significa para ti aquilo que significou antes, as palavras perderam-se assim como os sonhos, levaste-os tu, enquanto te procuravas no fundo dos meus olhos. Não soubes-te procurar-te ou não quises-te, pois todos lá te viam menos tu. Ficas-te perdido entre o que era amar e o que tu querias que fosse o amor. O que nunca percebes-te é que nada é como queremos, nem como tu queres, nem como eu quero. Tento explicar-te isso, mas nem isso vês, não entendes a língua que te falo pois nunca ninguem te ensinou a falar desta forma. Não sabes lidar com aquilo que desconheces e preferes ser tu a inventar outra forma de amor, preferes construir conceitos e sentimentos em vez de os entenderes.
Digo-te para me esqueceres para depois te procurar, para te fazer entender que não é preciso sofrermos tanto. Para te lembrar, ou acreditar, que existe um "se", e existe sempre um "se". Mas não queres ouvir, queres que seja o tempo a dizer-te e digam o que disserem o tempo não é igual para toda a gente. O tempo consome-nos, faz-nos perder. E a ti que te fará o tempo? Dar-te-á respostas para perguntas que nem tu mesmo sabes quais são? Já te pedi uma vez e volto a pedir.

Não cometas os mesmos erro que eu já cometi.
Mpalma
5/11/2008

quarta-feira, outubro 22, 2008

terça-feira, outubro 21, 2008

Grão de areia, pequenina, pequenina


Hoje não quero um dia igual aos outros, quero dizer tudo o que tenho a dizer antes que me consuma, antes que me mate por dentro esta solidão mesmo quando te tenho por perto. Porque não me sinto a fazer parte de ti. Sou alguem que tens a teu lado mas que nunca deixas entrar em ti. Alguém que amas da tua maneira, há tua maneira.
Já me perdi muitas vezes, umas porque quis outras porque me deixei levar, mas desta vez nem sei porque me perdi, não quero ir para esse lado que escolheste e não me deixo levar. Não sei onde estou ou para onde voei quando tudo começou a desvanecer.
Sinto-me grão de areia, pequenina, pequenina.
Apetecia-me ser pássaro e voar. Mas há qualquer coisa em ti que me faz querer ficar e qualquer coisa em mim que me faz ter vontante de voar.
Não sei para onde me leva esta estrada, talvez nem tenha saida e me faça recuar, mas talvez tenha no fim um bom destino. Nunca gostei de fazer escolhas, perde-se sempre algo e eu estou cansada de perder...
Sinto-me grão de areia, pequenina, pequenina outra vez.
É tudo gigante a minha volta e o mundo e a vida sempre foram e sempre serão maiores que o amor. Já não há Romeos e Julietas e pessoas com alma de pássaro, está tudo parado, cansado, embora no fim o que se espera atingir seja o mesmo e o mesmo não passe de uma mera útupia, a felicidade.
Acredito piamente que a felicidade é um estado de espírito, algo que se quer como um bem adquirido e que raramente é plenamente conseguido. Estamos demasiado congestionados para podermos ser felizes.
E sinto-me grão de areia, pequenina, pequenina, avulsa, perdida numa terra que nunca será a minha, querendo ficar e querendo partir. Dividida entre o que é real e o que poderia ser real, sonhado acordada. Perdida quando julgo conhecer o caminho para casa. Querendo acreditar numa palavra ambigua que não compreendo ainda bem o que é.
Afinal o que é o amor? Não há definição.
E continuo grão de areia, pequenina, pequenina...


Mpalma 21/10/2008

sexta-feira, setembro 12, 2008

Não te perdoo, mas fico contigo?!

Nunca te enganei ou menti quando disse que te amava, quando disse que queria construir o meu futuro contigo, partilhar a minha vida, os meus sonhos, as minhas alegrias, as minhas desilusões, as minhas mágoas. Não menti e não o faço agora...

Agora mais do que nunca podes ter a certeza que tudo o que disse era verdade... Agora que, mesmo não conseguindo desculpar o imperdoável, resolvi ficar ao teu lado. Agora que voltaste a espetar sem dó nem piedade um punhal cujas palavras não consigo encontrar para definir ou descrever. Agora que as minhas ideias nadam em águas conturbadas e o meu coração se contorce ao ritmo deste mau estar.

Acho que nunca amaste ninguém a este ponto. (...) Que um dia entendas que um pedido de desculpas, embora não seja suficiente, por vezes ajuda. Espero que um dia consigas entender o que sinto agora. O que é não conseguir desculpar-te mas ainda assim optar por não desistir e continuar ao teu lado, (...), mesmo sem um pedido de desculpas como deve ser, mesmo sem promessas de não me voltares a fazer o mesmo, mesmo sem um pedido sentido para que eu fique.

Ficarei, por vontade própria... Porque te amo. Porque não quero deitar por terra tudo o que contruímos até agora e que tu não tens a noção do tanto que já alcançamos. Até quando? Até que me voltes a ferir outra vez desta maneira e me deixes sem chão. Até que descubra que afinal não vale a pena lutar. Até que acredite de vez que tu não me amas e nunca me amaste...

Não te perdoo, mas fico contigo.

in http://oblogdorapaz.blogs.sapo.pt/

quinta-feira, julho 17, 2008

Esquece o que escrevi e les-te.
Foram pensamentos loucos, utopicos.
Num dia que acabou por não existir...

quarta-feira, julho 16, 2008

Paragem de autocarro

Não quero ser como uma paragem de autocarro na tua vida. Não quero que me fiques a ver passar várias vezes sem entrares com medo de não ser o autocarro certo ou momento apropriado ou que tenhamos um furo. Quero que entres com os dois pés, que te ponhas ao meu lado e que guies comigo, seja para chegar a porto seguro, seja para ficar na próxima paragem.

Não quero perder o momento, nem deixar de ver que ele pode existir. Quero-te na hora certa, preparado ou não. Não estou a construir, não estou a imaginar e muito menos a pedir. É apenas o querer acreditar que um dia seremos mais que isto, que um dia tudo pode acontecer. Não quero passar e ver que ainda estás no mesmo sítio há espera que te peça para entrar. Não quero ter de mudar de rota só porque me custa ver-te todos os dias ficar sentado a lutar pelo nada e pelo tudo também. Não quero cansar-me porque também eu tenho medo que nunca chegue a hora e que tenhamos um furo.

E não fujas de mim com medo de me veres passar demasiadas vezes há espera que entres, apenas quero acreditar que tudo um dia vai ser mais que isto… Que seremos mais do que já somos.

Mpalma

16/7/2008

segunda-feira, maio 26, 2008

Espirais - Marjorie Estiano


Se existe outra dimensão Em que você não é você Quem é que sabe a direção Pra encontrar quem não se vê? Se o tempo sempre tem razão E tudo sempre vai mudar Pra que manter os pés no chão Se todo mundo quer voar? Se nada tem um fim Quem é que fez o não?

Foto: Fly by ^ArhcamtIlnaad

segunda-feira, maio 19, 2008

Só quero ser feliz…


Estou cansada dos espaços que deixas-te me branco na minha vida. Das palavras que ficaram por dizer e dos pedaços de ti que deixas-te por aqui perdidos. Não quero mais… Pintei o meu coração de vermelho sangue e mais umas quantas cores, fi-lo amar novamente, fi-lo sorrir, não como antes, é verdade, mas ele já sorri.

Preenchi todos os espaços em branco de palavras com as cores do arco-íris que outro alguém já me deu. Esqueci as palavras que ouvi e guardei aquelas que me fazem lembrar de ti. Renasci, acordei! Guardei as recordações num lugar seguro, aprendi a viver sem ti, reconstruí-me. Vou amar mesmo que no fim me lembre de ti, mesmo que tu passes por mim.

E agora vou meter o meu mundo inteiro dentro dos olhos de outro alguém que não tu e vou apreender a sorrir com os olhos outra vez.

Mpalma

19/5/2008

quinta-feira, maio 01, 2008

Tu


Não sei usar palavras que não conheço e não quero pronunciar-me sobre daquilo que desconheço. Não sei o que me dizem os teus olhos, se sim ou se não e não sei se sabes ler os meus. Procuro respostas que mudem o sentido ás minhas perguntas. Aquelas, as mesmas de que tu tanto foges…

Gostava de te der conhecido antes, sem feridas ainda por sarar, sem fantasmas, sem medos. Contigo seria diferente, não estivesses tu a cometer os mesmos erros que eu. Não te iludas como eu mesma me iludi, não ignores o que é real. Não resulta, nunca resulta. Não faças o que eu tantas vezes já fiz...

Mpalma
2/5/2008

sábado, abril 19, 2008

Meu pequeno mundo

Danço comigo mesma como que a embalar a solidão.
Não quero fazer perguntas ás quais já sei as respostas. As quais procuro entender, decifrar, compreender. O meu dicionário perdeu as letras e agora só têm imagens do que fui.
Tento acreditar.
Acreditar que um dia ainda serei feliz e danço, descalça no chão frio.
Estou perdida no meio da multidão, como que louca dançando, na tentativa vã de me encontrar a mim mesma. Sei que me perdi nesta terra que nunca foi a minha, e talvez me encontre onde nunca me esperei encontrar.

Mpalma
19/4/2008

sexta-feira, março 21, 2008

Grão de areia


Desço até ao mar, esta tudo vazio, nada nem ninguém se vê. Soltos as recordações amarrando-as na cauda do vento com esperança que alguém as leve e eu consiga ser finalmente feliz. A culpa é tanto minha como tua, perdemo-nos os dois, eu já não te conheço e tu já não me sabes de cor. Procuro o fundo do horizonte na tentativa de me esquecer. Sinto-me como uma caçadora de sois, sentada a beira-mar, pelo céu as cavalitas, os raios de luz são os teus cabelos, as nuvens os teus olhos, mas não te vejo.

Estou cansada de correr atrás de ti silenciosamente, na sombra. Cansada de me magoar a cada dia que passa com a saudade que me fazes sentir. Não tuas. Do que fomos, do que fui contigo, dos momentos que passamos juntos. Estou cansada do bater descompassado do meu coração sempre que te vê ou ouve o teu coração, já lhe disse que não adianta, mas ele teima em correr. Insiste que tu é que mandas e eu insisto que não… Quero acreditar que não.

Já se fez noite, já não vejo o horizonte e ficou tudo negro de repente, já não vejo os teus olhos em forma de nuvem nem sinto os teus caracóis como raios de sol. Agora vejo as estrelas que tantas vezes contamos juntos, as promessas que ficaram por cumprir, os sorrisos tolos de quem ama. Dói. Não porque te perdi, mas porque não se soube guardar. Já nem o mar me acalma, está cansado como eu, já não quer correr, prefere andar, romper na areia e perder-se nela. Também eu queria ser assim.

Apetece-me apertar nos braços o mundo, perder-me de ti para me poder encontrar. Sinto-me cheia de sonhos e vazia ao mesmo tempo. Tu preenches-me sem me preencheres. Já não fazes parte de mim mas não te consigo largar. Apetecia-me ser grão de areia e perder-me em todos aqueles que me pisam, agarrar-me entre meios dos dedos de alguém que me saiba amar e lá ficar.


Foto:Splash_by_dbaeta

Mpalma

21/3/2008

quarta-feira, fevereiro 27, 2008

Believe...


Hoje quero, hoje preciso, hoje necessito intensamente acreditar que um dia te vou conseguir arrancar de mim. Preciso de acreditar para tu puderes ser feliz e eu também. Preciso acreditar porque a dor me consome e porque já não consigo querer acreditar o contrário…

Quero perder de ti para te poder encontrar e ser finalmente aquilo que tu me ensinas-te a ser, para poder usar as asas que me deste enquanto me ensinavas a voar. Quero poder olhar para dentro dos teus olhos e saber com todas as certezas que nunca sai de dentro de ti, que só me guardas-te para me manteres em ti, assim como eu.

Hoje quero poder acreditar que tudo tem uma razão, quero poder acreditar que te perdi para te poder ter para sempre e que foi bom tudo aquilo que vivemos e não quero pensar no futuro. Quero hoje. Sei que vou continuar a ter falta do teu sorriso e de te ouvir o coração, não vou negar, não to vou negar. Mas hoje só quero acreditar antes de descer ao mundo real que a história que me contas-te um dia, comigo ao colo num baloiço com a Lua por testemunha, começava com Era uma vez… e acabava com ‘E foram felizes para sempre…’, nem que seja só hoje, para esquecer a dor e sentir-te aqui, como se quase te pudesse tocar

segunda-feira, fevereiro 18, 2008

Margarida Rebelo Pinto in Raposas e Rapazes




"Sei muito bem porque te escrevo. Para me fazeres companhia. Para nunca esquecer o que tivemos, e que foi belo e certo e puro, num mundo cheio de encontrões. Escrevo porque não tenho outra forma de tocar a eternidade. Porque não quero esquecer como voei num sonho quase esquecido, que me volta a tocar todos os sentidos sempre que me abraças a pedir protecção, ou te enfeitiço com beijos lânguidos a pedir-te para gostares de mim."