segunda-feira, março 24, 2014

quebrar laços

Nunca fui muito boa a quebrar laços, acho que uma forma ou de outra sempre acreditei nas palavras do Principezinho quando dizia que somos eternamente responsaveis por aquilo que cativamos. De fato e o tempo que gastamos com as pessoas que amamos que as torna tao especiais aos nossos olhos, e a verdade e que muitas vezes e mais especial aquilo que sentimos por elas e o que somos com as mesmas, do que elas proprias.
Mesmo assim nao acredito que deixamos de ser responsaveis por elas, mas e no exato momento em que nos apercebemos que de mais nada vale continuar a cultivar e a cuidar pois dali ja nada se recebe e cresce que temos de cortar laços. Mas cortar definitivamente, nao e deixar portas entre-abertas ou janelas mal fechadas. Custa, custa muito por todo o esforço, por todo o amor que dedicamos, mas tem de ser... sente se frio pois e preciso abrir a porta e deixar ir, abrir janelas para arejar e deixar que o vento leve para longe o que tanto se guardou. Mas e necessario. E necessario guardar no fundo do bau em forma de coraçao para dar espaço a tudo o que nos quer a nos cativar, de forma a sermos crianças e conseguir sorrir do que nos era banal, abrir asas para voar la bem alto e conseguir ter outra visao de nos mesmos.
E necessario cortar laços, mesmo que estejamos para sempre ligados aquela pessoa, e preciso saber a hora do que vale a pena ou nao, a hora de regar e as fases da lua para saber com o que contar. Ha pessoas que nos roubam e nunca mais nos devolvem na mesma forma e nenhuma outra conseguira reparar isso, mas sao os laços que cortamos com aqueles que em nos ja eram nos que conseguimos evoluir. E mesmo que depois disso acreditemos que deveriamos voltar aquela casa, aquele lugar, aquela musica, aqueles braços nunca devemos voltar. Nunca se faz um laço igual ao outro e nunca se cola um que se quebrou e por mais que nos custe nunca devemos voltar para onde ja fomos felizes, porque se tivesse valido a pena tinhamos ficado, nao te inham quebrado laços...

segunda-feira, fevereiro 10, 2014

Lado lunar

Não sei há quanto tempo não escrevo numa folha em branco. Talvez há demasiado tempo.
A minha mãe costumava dizer que só escrevia bem quando estava deprimida. Talvez tivesse razão. Ela sabia muita coisa...
Reli o ultimo post que escrevi. Quase tudo se mantém. E já passou tanto tempo... Questiono-me se será correta esta fome de vida que tenho, esta vontade de ser e querer tudo. Tenho sempre tanta vontade de ser tanto, de querer tanto, de fazer tanto. Aquela música do Rui Veloso, Lado Lunar cabe-me como uma luva. O ser humano por si só já e insatisfeito, quer mais, sempre mais! E eu sou um ser humano! Quero voar, quero rir a gargalhada, quero borboletas nos estômago e noites em branco, quero brindes com amigos, quero dias de sol, danças na chuva e mar e amar... Mas também quero o meu espaço, a minha cama só para mim, a minha solidão e o meu silêncio, a minha voz calada a ver Tv, quero chorar, gritar, gritar, gritar....! "Toda a alma tem uma face negra", e eu também.
Talvez queira tão intensamente tudo que quando acontece não sei bem o que fazer, de que forma me devo comportar, que dizer ou fazer sem nada parecer teatro mas ao mesmo tempo real. Gosto de desafios, de gente que me desafia todos os dias, de respostas, de sangue a ferver de paixão, paixão, paixão.
Mil e uma coisas me ocorrem neste momento. Quero pegar no carro e sair por aí, mas não posso. Quero dormir e só acordar amanhã num universo paralelo ao quotidiano, mas não posso. Quero dançar, dançar, mas não posso. As vezes o céu não e o limite, o limite somos nós que não nos permitimos a loucura! Quero ser louca, quero! Não quero saber de juízos de valor, quero dizer o que quero a quem quero porque me apetece sem me preocupar com o amanhã. Mas não posso. Se metade de mim e loucura a outra metade e sanidade e realidade. Não posso.

Acho que a minha mãe tinha razão.