quinta-feira, setembro 20, 2007

Mundo ao Contrário




Chove quando devia fazer sol e faz sol quando devia chover. Anda tudo virado ao contrário, o meu mundo e o teu. Já não se ama como se amava e já nem os beijos são iguais. Os corações batem contigo mas sem ti e as palavras silenciosas ecoam nas paredes do quarto e no chão. Já nada é igual nem o sol que antes brilhava só para nem o som da chuva a bater na janela é igual. O sol agora é cinzento e a chuva já não faz barulho. Foram-se os sussurros e os beijos ao canto da boca, as mãos dadas e o coração nas mãos. Foram-se as tardes quentes e as noites frias.

O mundo gira ao contrário e as estações começam no meio não tendo inicio nem fim. As cores são escuras e já não há canções de amor. Acabaram-se as cartas e as letras, as palavras e o dom. Fugiram todos contigo naquele dia. Acabaram-se os sabores doces e os olhos brilhantes, foram-se os anéis e as mãos. O pôr-do-sol já não existe a lua teima sempre em ficar. Os pés já não aquecem e o coração já não bate. Quem amamos já não nos ama e quem nos ama nos não amamos, e amar depois não chega, neste mundo ao contrário onde chove quando faz sol e faz sol quando chove, onde ainda te espero sabendo que não vens. Este mundo ao contrário de gente louca que nada nos diz onde tu andas perdido e eu a deriva, onde eu choro e tu sabes que sim.


Mpalma

20-9-2007