domingo, outubro 21, 2007

A minha vida dava um Filme Porno-Dramático

Devia eu ter uns 13, 14 anos quando o conheci. Ele era daqueles rapazes giros mas que mal abriam a boca saia asneira. Mas havia qualquer coisa no olhar dele que me fascinava e tudo começou ai. Ele era mais velho, um ano, não muito é verdade, mas já era mais experiente e tinha uma lista infinita de namoradas, curtes e afins. E eu não passava de uma pata choca a quem ele dizia coisas ao ouvido na esperança de levar para a cama. Sim apaixonei-me por ele. Foi ele a minha grande paixão, sempre será. Ele fazia-me cometer as loucuras mais estúpidas só para estar com ele meia hora. Nunca tive ciúmes dele. Talvez só um bocadinho. A nossa relação, no fundo não era relação nenhuma, era assim uma coisa estranha. Bastava um olhar e eu sabia o que ele estava a pensar e vice-versa.


No fundo o amor que sentiam era genuíno, verdadeiro, estavam de tal modo ligados que nada se passava com um que o outro não sentisse, apesar de nenhum dos dois assumir este amor perante si próprio. Talvez fosse o medo, medo da dependência, medo de assumir que era amor, medo de algum dia vir a perder esse amor. Sim, talvez fosse isso. Como conseguiriam viver um sem o outro? Seria impossível. Por isso não se queriam comprometer a esse nível. Não tanto pela parte dela, mas mais por ele. Não queria dar a sua parte fraca e assumir a sua dependência, e por isso tentava mostrar a sua independência.


O nosso amor era como o jogo do gato e do rato. Ele atrás de mim para ver se conseguia o que queria e eu a fugir dele com medo. Até ai tinha tudo corrido bem. Não cobrávamos nada um ao outro, pouca ou quase ninguém sabia, ele não queria admitir, tinha vergonha, medo e principalmente a sua reputação a manter. Sim o que diriam os amigos? Fazíamos coisas loucas como ficarmos sozinhos em plena escola, eu mentia aos meus pais e ia ter com ele aos locais mais escondidos que encontrávamos. Foi a ele que dei o meu primeiro beijo e foi a ele anos mais tarde que me entreguei.


Encontravam-se as escondidas, os amigos dele não sabiam de nada. Ele empenhava-se a fundo para não revelar essa relação. Que diriam os amigos? Para eles ela não era o tipo de "gaja" de quem eles perderiam o seu tempo. Ela não era propriamente bonita, o corpo dela não era esbelto e não fazia parte da claque feminina, onde só as "boas " da escola entravam. Não. Ela não era nada disso. Tinha uma beleza diferente. Era daquelas pessoas que só ao segundo olhar nos apercebemos da sua beleza. Uma beleza natural, subtil, o seu ar tímido e o seu sorriso de menina era o que o atraía mais. Tinha outras namoradas claro, mas apenas para ficar bem em frente dos amigos porque quem ele realmente queria era ela. Mas como? Como ficar com ela sem ser envergonhado pelos amigos? Ele sabia que não devia ligar ao que os amigos dizem. Ele sabe, mas isso é na teoria, porque na prática o caso e bem diferente. Ficar com ela significava abrir mão de muita coisa...


E eu conhecia-o como ninguém, sabia-lhe as manhas, o cheiro, a forma das mãos, a largura dos ombros, o sabor do beijo, os gostos. Saia-o de cor, talvez melhor que a mim mesma. E ele sabia-me. Sabia o dizer, quando e onde. Aqueles sussurros ao ouvido disfarçados a combinarem encontros proibidos, as mãos dele na minha cintura, o cheiro do perfume. Apesar de todas as coisas boas, as más começaram a remoer na alma. Eram os amigos que começavam a desconfiar, era a paixão a crescer, eram as outras raparigas e aquele feitio dele de nunca se prender a ninguém. Mesmo assim ele sabia dar-me a volta, ele sabia como me conquistar. E lá no fundo eu sabia que ele gostava de mim, de uma maneira estranha, mas gostava.


Ele tinha medo que os amigos descobrissem... mas não conseguia passar um minuto sem pensar nela. Aquele corpo macio, sedoso, o cheiro dela, a sua timidez e aparente inexperiência. Aparente porque na realidade, ela de inexperiente não tinha nada. Nunca tinha tido muitos namorados, mas tinha uma habilidade natural para o satisfazer. O sexo era indescritível ela sabia exactamente o que ele queria e quando o queria. Aqueles lábios finos e bem delineados não eram só abeis no beijo, ela tinha uma arte e ele não a conseguia resistir. No sexo ela perdia toda a timidez e dava largas a sua imaginação. Era uma loucura..

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Ele fazia-me despertar os sentimentos mais loucos que nem eu sabia que existiam. Ele mexia e remexia comigo como um furacão e éramos loucos, muito loucos. Eu sabia do que ele gostava e portava-me há altura das outras meninas que sabia que ele tinha. E gostava de lhe ver a cara com o gozo que lhe dava e saber que apesar de tudo ele voltava, ele sempre voltava para mim. Ele nunca dizia o meu nome, apenas me possuía a alma e o corpo nos sítios mais estranhos. Era a adrenalina e a paixão que nos unia que tornava tudo tão diferente. Eu dava-lhe tudo o que as outras não lhe davam, era algo mais intenso que apenas prazer. Era qualquer coisa que não conseguíamos explicar, mas que nem procurávamos entender. E quando nos separávamos, cada um seguia a sua vida como se nada fosse, até o corpo falar mais alto, até a vontade gritar.


Ele adorava, amava todos os momentos que passava com ela. Apesar das muitas namoradas nenhuma era como ela. Na maioria das vezes não passavam de caras e corpos bonitos que aquando do sexo limitava-se a deitar e abrir as pernas, lançando falsos gemidos e que o levavam a repulsa por estas. Nunca se preocupou em as satisfazer, limitava-se a tirar prazer pessoal, prazer este insignificante quando comparado ao que sentia com ela. Com ela dava o seu máximo, levava-a ao orgasmo vezes sem conta e cada vez com mais intensidade, era um sexo selvagem, onde não havia limites. Ela estava disposta a tudo, alias assim o exigia muitas vezes surpreendendo-o. Cada vez se tornavam mais ousados, cada vez se arriscavam mais. Não haviam locais proibidos para o sexo, nem mesmo a cabine de provas de uma das lojas do centro comercial que ficava em frente a escola., nem mesmo a sala de aula que ficava vazia após o toque. Todos os momentos e todos os locais serviam para satisfazer aquele impulso animal...


Contudo a sensação de usar e deitar fora era uma constante. Sentia-me utilizada por ele apesar de tudo. E passado um tempo tinha medo de lhe tocar sabendo que havia minutos atrás outro alguém já lhe tinha tocado. Combinamos ficar amigos, parar com as loucuras e assim era tudo mais fácil. No inicio foi complicado, andávamos na mesma escola e vê-lo todos os dias a engatar uma miúda diferente dava – me a volta ao estômago. E comecei a perceber que a paixão que sentia era grande, muito grande. Apenas falávamos o essencial para não cairmos em tentação, mas ele chamava por mim, ele provocava-me com olhares que só eu conhecia e mais ninguém via.


Por fim o que ele mais temia. Ela imponha-lhe um ultimato: ou ela ou as outras. Como poderia ele escolher...teria finalmente chegado a altura de assumir perante os amigos o seu amor. Ou não seria amor? Só sexo? Podia ser. Era maravilhoso mas não, era algo mais que isso. Mas isso significava a sua dependência de alguém. Isso era impensável. Não podia comprometer a sua liberdade. Tudo menos isso, não que não a quisesses, queria-a mais que tudo... mas também queria as outras. Era isso que mantinha a sua reputação...afinal de contas um peixinho de vez em quando sabe bem. Estava condenado. Ela obrigava-o a escolher.


Apesar de o ter posto contra a parede eu sabia que ele nunca iria escolher. Era muito a perder e pouco a ganhar. E foi ai que percebi que não valia mais a pena. Que tinha sido tudo lindo e excitante, mas acabava ali.
Depois do acordo só caímos uma vez em tentação, e foi a coisa mais bonita que me lembro de ele me ter dito até hoje, aquela noite foi mágica, ele a dizer que os meus lábios ficavam lindos há luz da Lua e a beijar-me como nunca antes tinha feito. Tudo acabou ali. E acabou na perfeição. Doía-me a alma e durante muito tempo não o vi, até ao dia em que me ligou e disse que tinha saudades minhas

Mpalma & Pedro