quarta-feira, novembro 11, 2015

Compreensão …

Consigo compreender que muita gente não me compreenda. Não amou da mesma forma que eu, não odiou da mesma forma que eu,  não chorou da mesma forma que eu. Não caiu e teve de se levantar da mesma forma que eu, não perdeu o que talvez eu tenha perdido,  não viveu o mesmo que eu. Não sonhou os meus sonhos nem caminhou pelos mesmos sítios que eu.
Mas há uma coisa que se chama respeito e liberdade, porque a tua e onde acaba a minha e vice versa. Querer mutilar alguém só porque os caminhos não são iguais,  a forma da sentir não é igual,  a dimensão das coisas não é igual, a forma de ter amado,  ter sentido ou odiado não ser igual isso não. Isso não!
Não se muda o que somos nem o que carregamos conosco. Aprendemos a amar o outro e a aceitar a matéria de que é feito, mas não se muda alguém que se ama. Porque quando se ama é com tudo,  é um todo. E o todo implica aquilo que não entendemos e não compreendemos e não vivemos. Mas aprendemos a aceitar.
Só nos vira as costas quem é incapaz de fazer tudo isso, quem não nos amou e aceita,  quem nos vê como algo que quer mas a sua semelhança. E eu sei do que falo, porque esse erro eu já o cometi.
Quem nos ama fica, segura, ampara, ouve mesmo que não goste do que ouve. Chora conosco, por nós e por ele(a) próprio, mas fica. (re)constroi as vezes que for preciso, mostra que está ali,  não apaga como se nunca tivesse acontecido,  encara e enfrenta lado a lado. Mostra o outro lado. Fica!
Todos procuramos alguma coisa ou alguém,  todos queremos alguma coisa ou alguém.
As nossas memórias seguiram conosco para sempre e não mudam,  mesmo que a cidade mude, a estação,  as pessoas, a vida. E numa vida há tantas vidas... Só temos de saber qual queremos, se tentamos ou permanecemos.
Eu luto todos os dias, uns dias mais que outros, uns dias sou realmente o que quero, outros sou o reflexo do que fui, mas luto! Estou aqui! Vivo aqui! Insisto no agora, mesmo que as vezes doa...  E tu? Lutas ou apenas fazes o que está certo e o politicamente (in)correto em que acreditas?
Traumas todos temos, mas não façamos como o pó que se sacode para baixo do tapete e por magia desaparece...

Mpalma

terça-feira, novembro 10, 2015

Gavetas

O nosso coração é deve ser como uma cómoda. Em cada gaveta temos de arrumar as pessoas que lá vão entrando, cada uma delas com uma etiqueta simples, com palavras que nos façam recordar do que são ou o que foram.

Nas primeiras gavetas devem estar aquelas coisas que não tem um lugar cativo, fixo, arrumado e que estão mal arrumadas para que a possamos voltar a abrir vezes sem conta, ate ao dia em que já sabemos onde devem realmente estar. Deve ser esse o objectivo da primeiras gavetas, aquilo que nos serve mas que nem sempre levamos connosco mas que teimam em lá estar para nos relembrar de algo ou ensinar de algo...

Nas do meio devemos ter aquilo que é importante, aquilo que nos esta realmente bom, que nos serve e serve sempre, nos cai bem e que temos orgulho em ter. Momentos, pessoas, palavras, livros, seja o que for. Cabe lá tudo. Deve lá caber tudo após boa seleçao, após reflexão do que nos trouxe, se acrescenta. Se serve!

Na ultima deve estar o que é eterno. O que passe o que passar está lá, faz parte de quem somos e do que nos tornarmos. É o que carregamos para sempre. O que esteja o que tiver nas outras gavetas lá permanece, intocável, impenetrável. Talvez nessa mais que nas outras estejam os sentimentos, mais que pessoas, mais que momentos, mais que palavras.

Há que arrumar as cómodas, dar a cada lugar uma coisa, colocar etiquetas, eternizar outras e confirmar outras tantas. Eu continuarei a arrumar as minhas cómodas, a criar etiquetas, a eternizar momentos, um dia haverei se conseguir ter tudo arrmado.

MPalma

27-9-2014

A desilusão na ilusão

Dizem que a vida assim como as pessoas mudam de oito em oito anos. Começo a achar que é de facto assim mesmo... Há oito anos atrás começou isso mesmo, uma série de descobertas, uma série de desilusões, uma série de provas. Pelos visto esta é mais uma dessas fases. Perdesse o chão,  as certezas, a vontade de voltar a acreditar em alguém ou qualquer coisa...

Sou só eu que estou cansada de tanto perder?

Existem pessoas que nos provam tanto e depois nada é real,  nem o prometido nem o que diziam. É tão triste. Depois dizem que sou fria!

Mais uma vez começar quase do zero. Sempre quero ver o que sobra de mim e em mim no fim. Não deve ser muita coisa por este andar...

Desiludida. Muito desiludida.

Mpalma

Decisões

Esta noite acordei a meio da madrugada. Não acordei porque existisse barulho nem tao pouco por causa do frio. Acordei porque o meu subconsciente chegou a uma conclusão. Ao dia 3 de janeiro 2015, chego ha conclusão as 4:25 horas da manha que 2014 acabou. Acabou o ter pena de certas situações, pessoas, momentos.

Cada um faz e escolhe os seus caminhos. Há muitos anos li um livro chamado O Mundo de Sofia, que referia que depois de uma certa idade nos acomodamos ao pelo fofinho que a vida nos dá, nos acomodamos aquilo que é mais fácil, e já na altura me lembro de pensar "não quero que isto aconteça comigo". É obvio que aconteceu, é obvio que todos nos num lugar qualquer, pessoa ou momento nos sentimos mais confortáveis. Ate começar a questionar, a querer ver o que esta para lá do muro que nos próprios criamos. Nos dois últimos anos descobri que realmente é o correto isso mesmo: questionar!

Cometi erros, fiz mas escolhas, perdi, chorei, lutei, questionei, ganhei, vivi, sorri, partilhei, revivido, conheci. Mas não me posso acomodar. Quero mais, quero adrenalina, quero o coração aos pulos, mas também quero silêncios, paz. Não é difícil ter as duas coisas, apenas ha muita gente acomodada por ai. E É ai que estão os amigos, os supostos amigos que devem ser loucos e silenciosos como nos, porque são nossos amigos. E É muita informação para eles as vezes. A mudança nem sempre agrada a todos. Não fui nem sou melhor que ninguém. Nem quero! Sou apenas eu, com tudo o que sou, defeitos, virtudes, memorias, vida, loucura, paixão, amor, paz...

Ao dia 3 do novo ano chego à conclusão que muita coisa realmente tem de ficar para trás, porque quem não me acompanha hoje e me critica na minha loucura saudável e que só a mim pode magoar, não merece tanta importância porque de fato se eu não a tenho porque a dou a quem não merece? Porque ao fim ao cabo as pessoas nunca são o que dizem ser. São como peixes, morrem pela boca com o que dizem e depois as atitudes... As atitudes não dizem nada disso. Pelo menos eu admito quando erro, mudo de opinião, luto quando acredito, mas percebo quando não vale a pena vendo certas atitudes. No meu vocabulário isso chamasse hipocrisia. Morrem pela boca.

Não deixa de ser triste, mas talvez revela o porquê de certas coisas que lhes acontecem depois. O Karma é uma cena lixada! Não vim aqui para competir com ninguém, vim aprender, ser feliz, ser triste e aproveitar cada minuto. Segue me quem quer, quem pode e não tem medo. Estou cansada de justificar o que só a mim diz respeito e quando questiono ainda lhes parece mal. Não confundamos educação com outras coisas, nem respeito com outras tantas. Trago demasiada bagagem, está na altura de me libertar dela, ando cansada de carregar os meus erros e os dos outros.

Em 2015 vou continuar a cometer erros, mas vou viver, levantar a cabeça porque não estou a fazer mal a ninguém e vou tentar ser feliz. Os outros? Que morram pela boca, com as suas crenças e hipocrisia e que sejam felizes.

Mpalma

(...)

Era uma vez... (...)

Ela: "Amo-te (...)"
Ele: "Obrigada (...)"

Agora entendo, ele tinha de agradecer ter aprendido a amar de verdade, com uma mulher de verdade, que lhe tornou os sonhos verdade. Mas o amor não se agradece, retribui se. Ficaram então presos ao que deviam e não deviam ser. Felizes ou agradecidos. Tentar ou desistir. Ir ou ficar. A amar e a banalizar o agradecimento....

E não foram felizes para sempre.
Fim.

Mpalma

Está noite...

Esta noite sonhei contigo.
Sonhei com a pessoa que queria que fosses misturada com a que és. Sonhei que éramos muito mais do que somos, que havia tanto para dizer no silêncio da mesa do café onde estávamos a falar da vida. Daquela que passou. Daquela que vimos crescer. E depois de tudo, depois de tanta guerra e da confusão que causas, enquando me dizias que gostas dela mas que ainda gostas um bocadinho de mim, num tom de desabafo, que sei, porque te conheço, que era verdadeiro, encosto a cabeça no teu ombro e digo te como resposta: "pois, mas eu não posso gostar de ti".

Mpalma