terça-feira, julho 18, 2006

Contar estrelas



Lembras-te daquela noite em que contamos estrelas debaixo do teu guarda-chuva azul e branco? Chovia muito, a cidade estava deserta e o odor da chuva pairava no ar. Não se viam carros na rua, nenhum animal a remexer no lixo nem se ouvia barulho, só o das gotas grossas e frias que embatiam no guarda-chuva e nos vidros dos carros, das casas. Era delicioso sentir o frio, e logo eu que adoro o frio, era bom sentir as gotas na cara, mas o melhor era sentir o teu braço há volta das minhas costas para te aqueceres.
Naquela noite contamos a estrelas debaixo do teu guarda-chuva azul e branco, fizemos promessas e pedimos desejos às estrelas cadentes que víamos passar. Naquela noite o som da chuva era a minha música preferida e o teu abraço aquecia-me mais que qualquer aquecedor, ar condicionado ou cobertor. Naquela noite dançamos há chuva, uma dança só nossa que muitos considerariam louca pelos gestos desalinhados que fazíamos. Naquela noite o mundo parou só para nós, o tempo parou só para nos ver dançar e as estrelas riam de nos e do nosso amor. A Lua essa, escondia-se entre as nuvens tímida sonhado também com um amor assim, como o nosso. Naquela noite, debaixo daquela chuva, o mundo sentiu ciúmes de nós, por nos amarmos assim, por nos entregarmos assim, por nos beijarmos e tocarmos assim.
Depois daquela noite nada foi igual, tinha sido como um pacto, tinha reforçado aquilo que sentíamos e o principal, tínhamos mostrado ao mundo inteiro o que nos unia, o quando nos gostávamos e desejávamos e que nada, nem essa traiçoeira força que nos move, a que chamam destino, poderia impedir-nos… Depois daquela noite tudo foi diferente e no final só a lembrança de uma noite debaixo de chuva onde nos amamos como nunca ficou, o resto o destino levou, apoderou-se de nós e o inevitável aconteceu.
Não, o amor não acabou, esse nunca vai acabar, porque foi único, foi só nosso, ficará para sempre. O que nos afastou foi a vida, o destino, o inevitável, aquilo que acontece e temos de aceitar porque mais nada podemos fazer.
Perdemos os momentos, mas o amor esse, ficará para sempre, porque um amor como o nosso nunca morre, adormece, alimenta-se dos sonhos e memórias que guardamos e fica guardado naquele cantinho para quando surgir uma outra noite de chuva podermos contar estrelas debaixo dum guarda-chuva qualquer e pedir desejos ás estrelas.



Foto tirada da net
19/7/2006

5 comentários:

H. disse...

cada palavra q escreves é unica! mágica!

Hip disse...

Sem Palavras Escritora :)

Lindo.
Magico.
Unico.

As estrelas um dia vao brilhar ainda mais, quando os desejos se juntarem de novo..

Gostei :)

Beijinhos *

Anónimo disse...

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