terça-feira, agosto 22, 2006

Esquecer-te era...


Esquecer-te era tornar a minha vida num vazio sem sentido.
Quero que me contes tudo.
Quero que me digas com quem falas, que filmes tens visto, a que praias tens ido.

Quero que partilhes toda a tua vida comigo.
Só dispenso que me contes que me substituiste.

Não seria capaz de viver sem ti, independentemente do que tu queiras e digas


Pedro Almodovar, A Lei do Desejo
Foto tirada d net

domingo, agosto 20, 2006

Saudades


Sonhei contigo...
Conosco.
Sonhei com a felicidade...
A nossa.

Sonhei...
Não passou de um sonho.
Acordei...

Com saudades tuas, nossas, minhas.

sábado, agosto 19, 2006

Cedo de mais

Assim que entrei vi-te logo. Estavas de costas mas o meu olhar parou em ti. Eras um pouco mais baixo que eu e tinhas cabelos loiros. Não te vi logo a face, mas senti-te o cheiro a tabaco e um perfume que não reconheci.
Quanto te
viraste e olhas-te para mim ao entrar, percebi, percebi eras tu. E logo eu que não acredito em amor há primeira vista, logo eu… Mas naquele instante soube que eras tu o homem da minha vida, “o tal”. Sorris-te e eu retribuo, falamos através do olhar, disse-te o meu nome em silêncio e tu disseste-me o teu. Bebias uma cola com sangria e imaginei como seria o sabor da tua boca, o cheiro da tua respiração no meu ouvido.
Estremeci. Tu também.
Fui para a pista e dancei só para ti. Tu sorrias-me com o olhar, observavas-me de longe e conseguia sentir o teu olhar a percorrer o meu corpo de alto a baixo. Quando parei e me encostei ao bar, senti-te vir, ouvi os teus passos. Ficas-te mesmo ao meu lado no bar, roças-te o teu braço no meu num gesto pensado mentalmente e senti a tua pele quente na minha que transpirava não sei se de calor se de emoção. Nada disses-te.
Olhei-te nos olhos e eram um verde, um verde com azul que eu nunca tinha
visto.
Eram lindos os teus olhos…
Amei-te desde o primeiro instante, aprendi a amar-te e tu começas-te a viver dentro de mim e partilhamos o mesmo coração durante toda aquela noite. E naquela noite tu eras o meu Romeu e eu a tua Julieta, tu o príncipe encantado e eu a Cinderella. E não havia mais ninguém para além de nós naquele bar, não havia música, só os teus olhos, não havia amigos só, o teu cheiro.
Mas acabou tudo antes de começar… alguém entrou a dizer que havia fogo e saiu tudo a correr e eu perdi-me de ti, do teu olhar e deixei de sentir o teu cheiro. Perdi-te antes de te encontrar. E tu eu sei que eras, sim tu eras “o tal”, tu era o homem da minha vida.
Conheci-te cedo demais… Perdi-te cedo demais…
E hoje imagino, reinvento-te e crio na minha cabeça como tudo poderia ter sido… E hoje sei que te amei naquela noite como nunca amei. É como naquela música do José Cid:
“É triste viver de ilusões,
mas tu foste a mais linda historia de amor
que um dia me aconteceu…”.
E volto vezes sem conta àquele bar na esperança de te encontrar, sempre em vão porque nunca te encontro. Logo tu, que eu amei tanto… E muitos me consideram louca, insana… Mas quem sabe talvez um dia, um dia nos encontraremos de novo naquele bar. E sim fui louca! É como na música:
“Fui louco, não sei, talvez
Mas por pouco, por muito pouco eu voltaria a ser louco
Amar-te-ia outra vez"





19/8/2006
Fotos daqui

Baratinhas tontas


Ás vezes acredito que o mundo não gira, mas sim as nossas vidas. Que o mundo não é redondo mas um bruto de um quadrado onde andamos todos às voltas. Sim, recrio-nos, a nos ser humanos, como baratinhas tontas, desnorteadas, há procura de coisas diferentes mais iguais. Sim, podemos comparar a nossa vida a um quadrado, a um bruto de um quadrado, onde andamos às voltas, com as antenas ligadas, desnorteados todos com a busca daquilo que pensamos querer e depois não queremos, com aquilo que julgamos querer e que depois já não queremos. Sim, posso mesmo resumir a nossa simples vida há metáfora de baratinhas tontas dentro de um quadrado. Corremos quatro cantos sempre há procura de qualquer coisa, percorrendo-os todos, como peregrinos há procura da capela certa para orar.
No final, se é que existe um final, metade de nós, digo, das baratinhas, deixam de ser tontas e acomodam-se, aprende a viver com as outras baratinhas e fingem ser felizes naquele mundo quadrado que funciona como um jogo no qual metade morre e metade morre mais tarde.
Ok, ainda há uma parcela, ínfima, de baratinhas que tentam fugir do mundo quadrado e acabam rotuladas e “baratinhas desnorteadas e malucas” e depois é ouvir falar delas nos pequeninos hospitais para “baratinhas desnorteadas e malucas” construídos há medida para as mesmas.




16/8/2006
Foto tirada da net

quinta-feira, agosto 17, 2006

Ornatos Violeta - Ouvi dizer

Ouvi dizer
Que o nosso amor acabou
Pois eu nao tive a nocao do seu fim.
Pelo que eu ja tentei
Eu nao vou ve-lo em mim
Se eu nao tive a nocao de ver nascer o homem.

E ao que eu vejo
Tudo foi para ti
Uma estupida cancao que só eu ouvi
E eu fiquei com tanto para dar
E agora nao vais achar nada bem
Que eu pague a conta em raiva

E pudesse eu pagar de outra forma
E pudesse eu pagar de outra forma
E pudesse eu pagar de outra forma

Ouvi dizer
Que o mundo acaba amanha
E eu tinha tantos planos p'ra depois
Fui eu quem virou as paginas
Na pressa de chegar até nós
Sem tirar das palavras seu cruel sentido.

Sobre a razao estar cega
Resta-me apenas uma razao
Um dia vais ser tu
E um homem como tu
Como eu nao fui
Um dia vou-te ouvir dizer

E pudesse eu pagar de outra forma
E pudesse eu pagar de outra forma
E pudesse eu pagar de outra forma

Sei que um dia vais dizer

E pudesse eu pagar de outra forma
E pudesse eu pagar de outra forma
E pudesse eu pagar de outra forma

A cidade esta deserta
E alguém escreveu o teu nome em toda a parte
Nas casas, nos carros,
Nas pontes, nas ruas...
Em todo o lado essa palavra repetida ao expoente da loucura
Ora amarga,ora doce
Para nos lembrar que o amor é uma doenca
Quando nele julgamos ver a nossa cura

quarta-feira, agosto 16, 2006

Apetece-me


Hoje…
Hoje apetece-me reinventar-te… Criar-te como eu quero que sejas.
Hoje apetece-me deixar de ser eu… Voar, voar.
Hoje apetece-me esquecer tudo… Levitar!
Hoje apetece-me pintar… Tudo o que ouço há minha volta.
Hoje apetece-me reescrever tudo… O que ainda não escrevi.
Hoje apetece-me brincar com a lua… Dançar com o vento, rir com a chuva.
Hoje apetece-me ser homem… Matar o desejo!
Hoje apetece-me dançar… Ao som dos teus passos.
Hoje apetece-me fugir… Do mundo e de ti.
Hoje apetece-me ser cega, surda e muda… Só sentir, o toque, o cheiro.
Hoje apetece-me rasgar… A tua roupa, aquela que te dei.
Hoje apetece-me comer, beber… Beber-te, comer-te!
Hoje apetece-me não existir… Desaparecer.
Hoje apetece-me tudo… Nada.
Hoje apetece-me ler… A tua alma, o teu interior.
Hoje apetece-me sentir… As penas do meu endredom.
Hoje apetece-me dormir… Sobre tudo, sobre todos, nas nuvens.
Hoje apetece-me ser alguém… Ou ninguém!
Hoje apetece-me contrariar… O universo, as leis cósmicas, Deus.
Hoje apetece-me assim… esta forma de apetecer!




16/8/2006

terça-feira, agosto 15, 2006



- É estranho não é?

- O quê?

- Como, por vezes, quando o pior acontece, não enlouquecemos, apenas desligamos...


( Josie Lloyd and Emlyn Rees, in Novamente Juntos )

segunda-feira, agosto 07, 2006

Goodbye my love...



Fumo cigarro atrás de cigarro, na esperança vã que o fumo leve tudo o que não quero sentir. Olho para o mar e imagino-te aqui, sentado comigo na areia fria desta praia quase deserta. Tenho-te na minha cabeça como se fosse impossível tirar-te de lá.
Penso em tudo, nos meus supostos amigos que perdi quando desci para a praia.
Mas, não os terei perdido antes?
Penso em ti... sinto-te a falta, desejo-te entre as lágrimas que caem dos meus olhos.Perdi tudo. Os sonhos, a ti, os amigos.
Não tenho nada...
Esta praia parece-me pequena sem ti, tu que me fizeste acreditar e sonhar. Fechei o meu coração para tudo e todos, só te guardei a ti a pensar que um dia voltarias e tudo o que sinto seria esquecido.
Por ti esqueceria tudo, morreria!
A Lua faz-me companhia e diz-me que talvez haja tempo e lugar para nós. Não acredito. Já te perdi vezes demais, já perdi tudo vezes demais.
E hoje sei, que eu tinha razão e a Lua não.
Quando se perde tudo, não há nem tempo nem lugar para nós...

4/8/2006


I am a dreamer but when I wake,
You can't break my spirit - it's my dreams you take.
And as you move on, remember me,
Remember us and all we used to be
I've seen you cry, I've seen you smile.
I've watched you sleeping for a while.
I'd be the father of your child.
I'd spend a lifetime with you.
I know your fears and you know mine.
We've had our doubts but now we're fine,
And I love you, I swear that's true.
I cannot live without you.

Goodbye my lover.
Goodbye my friend.
You have been the one.
You have been the one for me.
I'm so hollow, baby, I'm so hollow.
I'm so, I'm so, I'm so hollow.

Goodbye My Lover
James Blunt