Quanto te viraste e olhas-te para mim ao entrar, percebi, percebi eras tu. E logo eu que não acredito em amor há primeira vista, logo eu… Mas naquele instante soube que eras tu o homem da minha vida, “o tal”. Sorris-te e eu retribuo, falamos através do olhar, disse-te o meu nome em silêncio e tu disseste-me o teu. Bebias uma cola com sangria e imaginei como seria o sabor da tua boca, o cheiro da tua respiração no meu ouvido.
Estremeci. Tu também.
Fui para a pista e dancei só para ti. Tu sorrias-me com o olhar, observavas-me de longe e conseguia sentir o teu olhar a percorrer o meu corpo de alto a baixo. Quando parei e me encostei ao bar, senti-te vir, ouvi os teus passos. Ficas-te mesmo ao meu lado no bar, roças-te o teu braço no meu num gesto pensado mentalmente e senti a tua pele quente na minha que transpirava não sei se de calor se de emoção. Nada disses-te.Olhei-te nos olhos e eram um verde, um verde com azul que eu nunca tinha visto.
Eram lindos os teus olhos…
Amei-te desde o primeiro instante, aprendi a amar-te e tu começas-te a viver dentro de mim e partilhamos o mesmo coração durante toda aquela noite. E naquela noite tu eras o meu Romeu e eu a tua Julieta, tu o príncipe encantado e eu a Cinderella. E não havia mais ninguém para além de nós naquele bar, não havia música, só os teus olhos, não havia amigos só, o teu cheiro.Mas acabou tudo antes de começar… alguém entrou a dizer que havia fogo e saiu tudo a correr e eu perdi-me de ti, do teu olhar e deixei de sentir o teu cheiro. Perdi-te antes de te encontrar. E tu eu sei que eras, sim tu eras “o tal”, tu era o homem da minha vida.
Conheci-te cedo demais… Perdi-te cedo demais…
E hoje imagino, reinvento-te e crio na minha cabeça como tudo poderia ter sido… E hoje sei que te amei naquela noite como nunca amei. É como naquela música do José Cid: