Hoje em dia já ninguem luta, todos se contentam com migalhas do que se pode ter, até eu. É assim que me contento de ti, de momentos pequenos, palavras ditas quase em sillêncio, espaços que as vezes preenches porque és tu e não é mais ninguem. Fizeste-me encontrar o caminho de casa num momento em que tudo o que eu queria era simplesmente alguem assim como eu, que lutasse pelo que acredita, que fizesse acontecer quando todos os outros eram meros espectadores. Entras-te na minha vida de uma forma quase infantil, eras pequenino e eu pequenina era. Fomos principecinho e raposa, cativamo-nos. E quando se cativa algo, somos eternamente resposáveis pelo que se cativou. Claro que na prática nada é assim, e ainda hoje nao sei de qual nos é o principezinho e qual é a raposa. O que interessa salientar é que a forma infantil e misteriosoa com que entras-te na minha vida se tornouu em algo que agora vejo nenhum de nós esperava. O sentimento infantil que nutriamos, começou a amadurecer, os dias e a espera faziam de nós mesmos brinquedos. Limitamo-nos a seguir o curso daquilo que sentiamos, combatendo os ponteiros do relógio que teimavam em dizer-nos que o dia acabava quando ainda tanto faltava. Viramos ambos páginas, saltamos capitulos, tudo na ansia de chegarmos até nós. Nunca se devem virás páginas que nao foram lidas, nem saltar capitulos, pois a historia perde o sentido, o fio a meada perde-se e em determinado ponto aqueles que nao julgavamos lá estar entraram e formam eles mesmos um capitulo. Teremos sido fracos de mais
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Mudaste-me sabes? Questões, perguntas, pontos de vista, gostos, vontades. Mudas-te as estações, e sempre que estava a teu lado ou era Verão ou era Inverno. Opostos, sim. Mas eu sempre gostei de desafios. E dei por mim já fascinada e envolta em tudo aquilo que eras. Respirarmos o mesmo ar era agora algo essencial, partilhar contigo era como ter motivo para viver e sim, o amor, o amor era enorme. Já te disse mais do que uma vez, voltei novamente a amar contigo. Antes de ti todos vinham, tocavam-me, ficavam um pouco, mas nao me tocavam a alma, nenhum deles me prendia verdadeiramente o coração, até te conhecer, até te provar, até me dares esse veneno que nao sei se é bom se é mau, porque tanto me faz feliz como infeliz.
Há dias como este, em que a relidade nos cai em cima e percebemos por mais que nao queiramos que nada é assim. Que planos e pensamentos nao nos levam a lado nenhum, que se põe sempre o pé na poça e que sempre, digam o que disserem, sempre se criam esperanças quando parte de nós quer que essa esperança exista. Eu sei que disse que ja nao havia fantasia, que ja nao sonhava, eu sei, mas no fundo sei que o faço, todos os dias em que me bates a porta com esse sorriso maroto, todos os dias em que algo em ti me faz estremecer novamente. E depois há os dias, em que a realidade nos cai em cima, e percebemos que devemos é realmente perceber que nao vale a pena sonhar, que a esperança mesmo que seja a ultima a morrer, devia ja estar num estado moribundo qualquer, mesmo que receba por vezes, algumas injecções de adrenalina.
Acredita muitas vezes que tenho vontade de desistir, de baixar os braços de tao cansados que estao de te acenar, um dia, e outro e outro. Mas isso vai contra tudo aquilo a que até hoje acreditei, vai contra o que ainda sinto, vai contra o que ainda por vezes vejo, vai contra aquilo em que sempre acreditei. E pergunto-me, até quando? A que custo? Nao penses que nao me faço as mesmas questões que tu, nao penses que todas as noites me deito e nao penso até quando e a custo é bom ter-te aqui ou se seria melhor ja nao te ter e até quando vou conseguir continuar a acenar-te e abrir-te portas e janelas para que tenhas sempre por onde entrar, mesmo que teimes sempre em sair.
Hoje sei, depois de ti, depois de te apoderares de tudo aquilo que sou, que sempre estive sozinha. É ironico, uma vez que sempre estive rodeada de gente, mesmo quando estava, mesmo quando estou contigo. Sabes, a solidão sempre foi um dos meus maiores medos, sei que o teu também, mas acreditas e nao sei se o dizes para te convenceres disso mesmo, que é assim que te ves, que te consegues ver assim. A verdade meu amor, é que nao acredito, porque sei qu
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Mas há dias em que a realidade nos cai em cima, e percebemos que tudo isso se perdeu, que nos questionamos até que ponto foi real e nao um sonho. Esta é a parte em que a garganta doi e os olhos se enchem de lágrimas, umas de felicidade porque te tive, outras de tristezas porque te perdi. Há sempre dois lados da moeda e eu confesso que ainda nao compreendo o porque deste mundo ter sempre que nos tirar tudo aquilo porque que luta, tudo aquilo em que acredita como eu acreditei no nosso amor. Procuro-te em tudo o que me rodeia na esperança de encontrar aquela pessoa que conheci, com covinhas na bochexa quando se ri e um sorriso apetitoso de quem sabe que é maroto.
Mas ha dias em que a realidade nos cai em cima, acabam-se os sorrisos deliciosos e percebo que nem eu sou tua nem tu és meu. E a queda e maior, embora já a esperasse-mos doi sempre, seja a que horas for, da forma que for.
Mafalda
21-1-09
Fotos: maos by ~deniseca e Nao_sei_ser_sem_ti_by_UnUmBreLLa inDevian
1 comentário:
identifico-me tanto com algumas das coisas aqui disseste, que se me perdesse aqui a comentar, mais não faria do que parafrasear-te!
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