quarta-feira, dezembro 28, 2022

Silêncios

Hoje poderia contar-te sobre como tudo parece começar a dar certo, no quanto sou grata por tudo o que as adversidades da vida me tem levado a mudar e a enxergar. Em como Deus e toda a sua história entrou na minha vida, e em como tudo está indo bem ao nível profissional e que encontrei a minha vocação neste mundo. Podia contar-te sobre as várias pessoas que têm interesse por mim e o quanto o demonstram e no tão que quero acreditar que alguma delas vai ficar e dar certo. Em como vivo um dia de cada vez com olhos no presente e não no futuro, e a ansiedade se tornou tão pequena comparada com o antes.


Mas hoje não era nada disso que me apetecia contar-te... hoje só me apetecia o silêncio do teu olhar e todo um mundo que um dia vi lá dentro... só queria desabar no teu colo, so queria conseguir chorar todas as lágrimas tristes que estão cá dentro. 


Contraditório não? Eu sei... mas era isto, tão somente isto que precisava. Tu, eu, uma garrafa de vinho e o silêncio de não serem precisas palavras. Permitir que o riso e o choro surgirem na mesma intensidade, porque sei que assim seria. 


Sei que Deus sabe o quanto tenho tentado seguir os caminhos certos, que os erros que cometi os cometi por medo e sem maldade, e isso deve valer alguma coisa para Ele. Que tudo em mim apenas queria ser feliz... e que o perdoar entrou na minha vida na medida certa para que consiga evoluir. Aprendi ás minhas custas que não devo fazer aos outros o que não queria que me fizessem a mim, mas também que todos têm telhados de vidro, e o primeiro que não tenha, que atire a primeira pedra. 


Hoje só queria existir um pouco perto de ti. Sem cobranças, sem passado, sem futuro. Só queria olhar-te nos olhos e saber que tudo ficará bem. 

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